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quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Ciladas


I


Encilho a montaria
e me preparo
para transpor
os limites do acaso.

O destino é certo
ou mutável?

Não importa
ao cavaleiro destreza sobra
e não há caminhos
sem percalços.



II


Já no alto da montanha
extenuado me sentei
mas o que vi não foi
o encanto
da paisagem que se descortinava
como fio inesgotável
de um belo novelo mágico.

Preso ao meu feito
de a montanha ter galgado
desprezei recomendações
e saciado o meu ego
adormeci embriagado.



III


Uma lufada de vento
derreava os arbustos
e açoitava o cavalo
que assustado se soltou
e varreu o espaço
com o seu galope ágil.


Acordei sobressaltado
tendo à frente o paraíso
que só agora notava.


IV


Já extasiado da beleza
voltei à realidade
e tenceionei retornar.

Foi entaõ que me lembrei
de que trilhas não demarcara.

Mas afoito quanto ingênuo
(o instinto guiaria os meus passos)
vi-me perdido na planície
que abria as suas asas
numa imprevisível cilada.


V


Resgatado com vida
com as vicissitudes
aprendi nada
e teimoso cavaleiro
planejo novas jornadas.

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